segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Para este ano que começa, tudo o que eu preciso é de...

Esperança

Mário Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é
ES-PE-RAN-ÇA...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Rafa se apaixonou por uma pessoa muito especial. Sabe aqueles caras que você suspiraria depois de conversar por 5 minutos? Bonito, inteligentíssimo, com uma profissão e um belo futuro. Foi amor à primeira vista. Naquele dia, uma quarta-feira de manhã, quando ele apareceu naquela sala, onde ela já se encontrava, ela soube que sua vida mudaria para sempre. E mudou mesmo.

Gil diz em uma de suas músicas:

(...) o amor é como um grão
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão

Ninguém está preparado para a morte. Para nenhuma morte. Rafa também não estava. Porém, ela entendeu, com essa paixão, que muitas coisas boas podem surgir quando permitimos que algumas coisas morram dentro de nós.

Porque, depois que algumas morrem, outras nascem. O ciclo da vida persiste e insiste.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Esta noite eu sonhei com você.
Você se aproximava e era tão carinhoso comigo!
Um casal perfeito, como sempre achei que fôssemos. Ou que seríamos.
Tipo Doriana.

Mas acho que não queremos a perfeição.
Já vimos que ela não existe.

Tudo o que ouço de você
me dá esperança
e, mesmo assim,
desesperanço.
Exatamente
porque nossa história se cruzou
e ultrapassou nossas expectativas

e talvez não estivéssemos
preparados
para o simples fato
de que poderíamos
descansar
e aproveitar
o que quer que aconteceria.

Meu sonho simplesmente
traduz
o desejo de te
reencontrar
bem aqui, ao meu lado.

domingo, 15 de novembro de 2009

Meus ciclos parecem tornados, às vezes.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ciclos

São vários durante nossa vida.
Acaba um, começa o outro.
Mudar de casa, de emprego, de cabelo...

Saber que o que já passou
foi para meu bem
e que, daqui em diante,
novidade.

domingo, 11 de outubro de 2009

Remédio amargo

Escreveram, aqui, que eu não dê vazão àquilo que não existe.
Mas eu ainda sonho com você.
Acordada. Dormindo.
Bom ou ruim, é verdade.
Por mais que eu tente, não consigo, ainda, negar.

Talvez negar não seja a melhor atitude.
O melhor talvez fosse abrir de vez minha cabeça
e arrancar, do meu cérebro, a parte em que você
se instalou.
Ou fazer você sair dali no tapa.

Por que ainda fico olhando pro espelho e
repetindo: "esquece, ele não gosta de você,
ele não te quer, ele não liga pra você..."?

O pior é que eu já vivi tudo isso antes.
E por que eu ainda não me acostumei
com a ideia de que as pessoas têm
opinião diferente da minha?

Típico de pessoas que sonham demais,
como eu.

Eu sei que estou com a doença
e que tenho o remédio nas mãos.
Mas já sentiu o gosto da Novalgina?

Pois é.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Sim/Não

Estas duas palavrinhas monossilábicas são poderosíssimas. Nem combinam com o tamanho que têm. Elas determinam nosso presente e, sem dúvida, nosso futuro. Expomos nossos desejos momentâneos ("Quer um doce?"), nossos sentimentos ("Você está bem?"), nossos afazeres ("Está ocupado?") e até planos ("Gostou desse apartamento?").

Nós as ouvimos um milhão de vezes até o dia de hoje e com certeza as ouviremos muito mais. Para os infantes, a negativa é tantas vezes dita que chega a tornar-se a afirmativa, ao ponto de analistas informarem que, se quiser realmente que a criança não faça tal coisa, não utilize a palavra "não" na construção da frase. O "não" se transforma em barreira, em bloqueio, impedindo o entendimento do pimpolho.

Negamos e aceitamos muitas coisas diariamente. Estava pensando o que seria mais fácil fazer. Quando se espera muito por algo, e percebe-se que é quase impossível, a negação dentro do pensamento é torturante. Em contrapartida, aceitar a morte é cada vez mais complexo. Até o fato de não beber muito café, não comer batata frita ou aceitar o convite para sair de alguém é motivo de trauma, para alguns, ou alegria para outros.

Confesso ter dificuldades em decidir as coisas (algumas coisas). Sempre penso muito antes de quaisquer decisões. Inclusive escrever este texto.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Doce

Questionei uma pessoa a respeito de nosso passado em comum. Ela me disse que sempre devemos tirar, de nossos relacionamentos, algo de bom. Aí perguntei o que de bom ela havia tirado do nosso. Eis a resposta.

"Ah.... são tantas coisas. 'Vc foi o melhor dos meus sonhos...' (Roberto Carlos).
Quando minha vida estava uma bagunça vc deu ordem a ela.
Como um sol que brilha no meio de uma tempestade...
Me aceitou, me amou, me compreendeu, me apoiou...
Isso nunca vou esquecer.
Sem falar na química... rsrs
bj"

sábado, 26 de setembro de 2009

"Na vida só resta seguir um risco, um passo, um gesto rio afora".

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

"Quero colo

vou fugir de casa (já fugi...)

posso dormir aqui com você?"

domingo, 20 de setembro de 2009

Up - uma aventura nas alturas

Definitivamente, filmes infantis são uma armadilha. Às crianças são reservados cores, risos, cachorros que falam e a possibilidade de ser um escoteiro. Mas algo me diz que, na verdade, os produtores de tais filmes são psicólogos e querem, a todo custo, ensinar algo de mais profundo aos bobos dos pais que levam, inocentemente, seus filhos às telonas.

Claro que sempre choro com esses filmes. Se choro até com comercial de amaciante, imagina com a opção de sair do cinema e pensar num monte de coisas?

- como eu percebo meu mundo? como me relaciono com essa percepção?
- minha casa enraizada, isto é, meus valores, está propensa a mudanças? a mudar radicalmente de lugar/de pensamento?
- estou vivendo meu sonho antigo a ponto de não perceber que meu presente requer cuidados?
- estou cega a ponto de ser mesquinha o suficiente para abandonar meus amigos por valores que nem sempre são tão corretos assim? ou tão vivos assim?
- persigo meus sonhos?
- minha vida tem cores?
- o novo me assusta ou me alegra e impulsiona?

Acho que acabo de sair de um divã. Que bom que eles fazem filmes infantis.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

18 de setembro

Há quatro anos, para mim, este dia era mais um no calendário.

Hoje não.

Neste dia, um bebê nasceu há 29 anos (eh, tive de contar) para tornar o mundo mais colorido.

Para trazer luz a uma família.

Para traduzir, num sorriso fácil, a magia de ser quem se é.

Para ser cúmplice, incentivadora, paciente.

De verdade? Para deixar minha vida mais samba e menos clássico.

Te amo, nega. Toda e qualquer palavra fica minúscula perto daquilo que você merece ouvir, sentir e fazer.

Tudo bem, é clichê ... o niver é seu, mas quem ganha presente sou eu por ter você perto de mim.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009



Um dia, uma amiga/irmã muito querida e eu estávamos num país maravilhoso, numa cidade muito linda, olhando um mar tão azul e umas pedrinhas que serviam de areia. Olhávamos ao longe, desfrutando o vento e a tranquilidade daquilo tudo, conversávamos sobre pensamentos futuros, bem futuros.

Um deles, e talvez o mais engraçado, era que, quando estivéssemos bem velhinhas, nós construiríamos uma casa naquela praia, para vivermos como duas irmãs, e teríamos uma loja da Livraria Cultura na capital, para que a administrássemos até o fim de nossas vidas.

A amiga era a Fabi, o país, Chile, a praia, Isla Negra, e a sementinha desse sonho, hoje, começa a ser verdade: sou a mais nova contratada da Livraria Cultura.

domingo, 13 de setembro de 2009

Sei, sei que é de dar vergonha. Mas que posso fazer?

Tive inveja dos passarinhos hoje cedo.

Eles estavam tão alegres e nem eram ainda 6h30 da manhã!!! Cantavam alegremente, debaixo dos primeiros raios do sol, pulavam exaltados em todos os galhos e compartilhavam seus risos toantes entre si, como se estivessem brincando de pega-pega.

Pensei: acho que preciso cantar mais. Talvez aí esteja o que me falte: aprender a cantar em quaisquer circunstâncias.

Ou será melhor brincar de pega-pega de novo?

Quero voar. Isso sim.

sábado, 5 de setembro de 2009

O Orkut me diz: agora é a hora de tentar algo novo...

... como se esta característica de alguns, a inovação, não fosse algo com o qual devêssemos nos submeter com certa regularidade. Mas pensando nisso (ou não), fui ao salão hoje e coloquei uma cor meio roxa nas unhas. Eu nunca havia colocado cor semelhante. Além disso, recadastrei meu CV na Manager, para tentar novo emprego de novo.

Será que me trará sorte?
:)

Venha logo, Novo. Estou te esperando há 29 anos, 11 meses e alguns dias.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Hoje é o dia dela

Ca,
a vida foi muito boa para comigo. Às vezes, pensamos que é muito mais fácil desistir de tudo e esquecer quem realmente somos e o que realmente queremos. Mas, quando isso acontece, Deus providencia alguns anjos que nos dão suporte e coragem.
A você, um de meus anjos, dedico esse post. Um anjo que tá ficando velhinho, mas que tem asas renovadas e sempre acolhedoras.

Feliz vida. Feliz família. Feliz amor. Feliz aniversário. Feliz tudo.

Te amo muito!

sábado, 22 de agosto de 2009

Trabalhar de madrugada num call center é, no mínimo, engraçado. Sua vida muda completamente (precisa-se adaptar aos novos horários de comer e dormir), quase não há vida social (claro, pra quem só acha que vida social se compõe por balada, morre -não é meu caso) e passa-se a viver na contramão - o pedreiro quer marretar a parede e você quer tirar a pestana. Além disso, pra quem tem a sorte de cair num grupo de gente bem humorada, as noites passam a ser divertidas também. Esse sim é meu caso. Encontrei algumas espécies muito raras. Já passamos por situações de socorro emocional e de profunda alegria. Vários casos de nervosismo, causado por clientes com insônia ou depressivos e até os tarados. Tem de tudo, literalmente.

Até voltei à infância. Um dos meninos gosta de cantar, e eis que ele vem com uma música da época do Jackson's Five: One day in your life. Chorei ao me lembrar de tantas vezes que escutei essa música quando era bem pequena. Chorei, também, porque hoje ela faz muito sentido pra mim. Pra quem não se lembra, aí vai: http://www.youtube.com/watch?v=44_qWFAdjqQ

Este emprego me apareceu de maneira tão boa, por uma indicação tão sincera, que só posso agradecer por estar lá, por todos que estou conhecendo e por toda experiência que adquirirei.

"Fernanda de Oliveira, boa noite! Em que posso ajudar?"
:)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Shakespeare disse que, um dia, "a gente aprende que o tempo não é algo que se possa voltar para trás, portanto plante seu jardim e decore sua alma em vez de esperar que alguém lhe traga flores".
Ele tem razão.

sábado, 15 de agosto de 2009

Ontem soubemos que o primeiro capítulo do programa NosOtros está pronto. Que orgulho!!!!! O link está aí ao lado. Gente, é tão legal ver o resultado de um trabalho tão esperado!!! É como quando a gente entrega o TGI. Ou quando pegamos a passagem da viagem de férias. Ou quando vemos os fogos de artifício no final do ano. Algo do tipo: valeu a pena.
Só tenho a agradecer àqueles que estiveram comigo nisso tudo.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Chega a ser nostálgico. Hoje comprei caderno, caneta, mochila... e a ideia de que, neste semestre que se inicia, termino a faculdade. Com 30 anos. Com um curriculo que vai além daquilo que imaginava há alguns anos. E, acima de tudo, com a certeza de que vivi de tudo um pouco naquele lugar e com aquelas pessoas todas. Também vi alguns veteranos e muitos bichos no trote, no meio da rua, e ri ao me lembrar que, no dia do meu, até farinha foi parar nas lentes de contato...

Tantos desistiram... alguns se formaram e se foram... outros permanecem como as cobaias que fomos desde o inicio... Alguns se casaram, tiveram filhos (e os perderam também), trocaram de namorado/a mais do que de roupa, houve brigas, choros, muitos abraços e beijos e até estudávamos de vez em quando. Conhecemos professores brilhantes, professores amargos, professores esquisitos e professores horrendos. Fizemos festa junina e churrasco. Bebemos juntos. Fomos a aniversários e a sambas. Mudamos de emprego e de estágio. Conhecemos, fizemos e nos tornamos amigos.

Já sinto saudades. Mas o futuro nos espera. Play the game!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Diariamente

:)

Para calar a boca: rícino
Pra lavar a roupa: omo
Para viagem longa: jato
Para difíceis contas: calculadora
Para o pneu na lona: jacaré
Para a pantalona: nesga
Para pular a onda: litoral
Para lápis ter ponta: apontador
Para o Pará e o Amazonas: látex
Para parar na Pamplona: Assis
Para trazer à tona: homem-rã
Para a melhor azeitona: Ibéria
Para o presente da noiva: marzipã
Para Adidas, o Conga: nacional
Para o outono, a folha: exclusão
Para embaixo da sombra: guarda-sol
Para todas as coisas: dicionário
Para que fiquem prontas: paciência
Para dormir a fronha: madrigal
Para brincar na gangorra: dois
Para fazer uma touca: bobs
Para beber uma coca: drops
Para ferver uma sopa: graus
Para a luz lá na roça: duzentos e vinte volts
Para vigias em ronda: café
Para limpar a lousa: apagador
Para o beijo da moça: paladar
Para uma voz muito rouca: hortelã
Para a cor roxa: ataúde
Para a galocha: Verlon
Para ser "mother": melancia
Para abrir a rosa: temporada
Para aumentar a vitrola: sábado
Para a cama de mola: hóspede
Para trancar bem a porta: cadeado
Para que serve a calota: Volkswagen
Para quem não acorda: balde
Para a letra torta: pauta
Para parecer mais nova: Avon
Para os dias de prova: amnésia
Para estourar pipoca: barulho
Para quem se afoga: isopor
Para levar na escola: condução
Para os dias de folga: namorado
Para o automóvel que capota: guincho
Para fechar uma aposta: paraninfo
Para quem se comporta: brinde
Para a mulher que aborta: repouso
Para saber a resposta: vide-o-verso
Para escolher a compota: Jundiaí
Para a menina que engorda: hipofagin
Para a comida das orcas: krill
Para o telefone que toca
Para a água lá na poça
Para a mesa que vai ser posta
Para você, o que você gosta:
Diariamente.

domingo, 2 de agosto de 2009


E o arco-iris continua aparecendo em minha janela, e eu queria muito que ele fosse um bom sinal.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Ecoa de mim uma canção, nem tanto por seu ritmo ou por algo marcante em minha vida, mas pela verdade de sua letra:

Tenho um coração dividido entre a esperança e a razão
Tenho um coração (bem melhor que não tivera)
Esse coração não consegue se conter ao ouvir tua voz
Pobre coração, sempre escravo da ternura

Ah, se eu fosse o peixe....
:)

quinta-feira, 30 de julho de 2009


Em 1959, quando minha mãe tinha apenas 10 anos, surgia a primeira boneca Barbie (fotita ao lado). Sim, aquela que todas as meninas queriam quando eu era criança. Não tenho ideia da repercussão deste lançamento na época, mas acredito que, igual em minha infância, poucas crianças podiam ter acesso a ela. E o interessante é que, rapidamente, a boneca virou nosso sonho de consumo e até nosso projeto de vida: todas as minhas amiguinhas e eu queríamos ter o rosto, o corpo, o cabelo, a casa, o carro e até o namorado da Barbie. O Ken. Fazia meu irmão fazer de conta que ele era o Ken (ou que algum boneco dele era o Ken) para que eu pudesse brincar e fazer de conta que era tão feliz quanto a Barbie.
Pois é. Ontem fui a uma exposição que trás um zilhão de bonecas, desde a primeira até a mais treslocada de todas. Tem Barbie de todos os países, tem Barbie branca e negra, tem Barbie de noiva e de pilota de F-1, tem Barbie para tudo quanto é gosto. Mostram até a primeira casa dela, que era feita de papel. Muito legal.
Mas o que me deixou frustrada foi ter visto o Ken depois de tantos anos. Ele é simplesmente HORRÍVEL. Fiquei abismada como pude me "apaixonar" e querer ter a vida de uma boneca como ela, toda imponente, e "desejar" essa coisa feia que é o Ken. Não acreditei. Acho que é por isso que estou solteira.
Foi só um desabafo. Obrigada.
kkkkkkkkkkkkkkkk

sábado, 25 de julho de 2009

Acabei de ouvir isso na tv e preciso registrar:
"À noite, ela faz o meu curta virar longa!!"

O caminho é promissor e bonito.
Eu às vezes acho que ele é tortuoso.
Mas ele é reto.
Preciso parar de encurvá-lo.
E preciso tomar cuidado com as lombadas.
Há placas sinalizando-as.
Também preciso respirar o ar puro das árvores.
E seguir.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Nem é pedir demais. Nem é exigência. Nem é socorro.
Bastava só um abraço, um afago, uma pipoca e um cinema.
E um cobertor, depois. Numa rede. Num quintal. Numa casa.

sábado, 18 de julho de 2009

Feliz pra sempre

- E agora?
- Eu é que pergunto! Vamos saber agora ou no final?

Quando eu tinha 15 anos, meus planos para o futuro se resumiam em algumas coisas: eu me casaria aos 18 ou 20, com 22 eu teria filhos (um casal de gêmeos) e eu seria feliz para sempre com eles e meu marido. Aos 30 (mas com carinha de 25), minha sorte era outra: estava no fim do mestrado, sem filhos nem marido, morando sozinha, bebendo de vez em quando, comprando mais do que precisava e indo pro samba com minhas amigas. Não era frustrada por não ter o primeiro sonho realizado - acho que minha mãe devia ser por ainda não ter netos -, mas sentia falta dessa cumplicidade que um relacionamento mais consistente gera.

- Você prefere saber antes?

Um dia, recebi o telefonema de uma amiga que me avisava de sua chegada. Fiquei com inveja: "então combinado - amanhã chegaremos eu, meu marido e o bebê". Ela estava grávida de 5 meses e com um brilho no sorriso e nos olhos, um inconfundível brilho de uma felicidade simples, mas verdadeira. Cheguei a pensar que eu nunca falaria isso a uma outra pessoa: "fulana, me espere porque, amanhã, chegaremos eu, meu marido e o bebê". Ainda bem que me enganei.

- Doutor, podemos esperar o próximo exame?

Ele apareceu em minha vida assim como quando o arco-iris aparece: após uma chuva e entre o sol e as nuvens. Juro que, em meu coração, sentia que as coisas não iriam pra frente, mas minha razão contradizia isso. Eu achava estranho, porém não podia negar - era como se minha paixão fosse racional (duas palavras que não combinam, geralmente). A gente se dava tão bem em tudo... a gente se amava tão louca e pausadamente... Um ano depois que nos conhecemos, resolvemos tentar viver juntos. Não tão juntos, é verdade, porque manteríamos, cada um, sua própria casa. Casal moderno, dizia minha mãe. Mas essa estabilidade no sentimento era impagável, inegável, inevitável. Muitas neuras que tínhamos foram sumindo, mitos antigos foram vencidos, horizontes novos se abriam - e então, aconteceu.

- A gente aguenta saber só quando nascer, né?

Eu faria 33 no fim do ano e ele já tinha 34. Nos sentamos na cama, pela manhã, e decidimos: à noite faremos nosso bebê. Era uma linda noite de lua cheia e chegamos na casa dele muito conscientes de que nossas vidas mudariam muito. Parecíamos adolescentes eufóricos. Gozamos tanto aquela noite (e naquela noite) que nosso bebê não poderia ter sido gerado em melhor ocasião. Algumas semanas depois e lá estávamos nós dois chorando e se beijando e se abraçando com o papel do exame de sangue em mãos. Eu estava grávida. Enjoei pra cacete no primeiro mês, mas logo passou. Ele saía pra comprar cajuzinho às 3h da manhã. Eu adorava fazer amor com ele e mostrar minha barriguinha de 4 meses.

Estou no 6º mês de gravidez. Da segunda gravidez. Optamos por não saber o sexo do bebê na última consulta. Agora, sentada na mesma cama, com as pernas cruzadas, converso com o bebê que sinto se mover dentro de mim. Acaricio minha barriga e me delicio com essa sensação. Ele sai do chuveiro, ainda com os cabelhos um pouco úmidos, e se senta de frente pra mim. Pega o óleo de amêndoas, me deita na cama e começa a conversar também com o bebê durante a leve massagem que ele faz. Assim que ele percebe que nossos dois filhos se aquietam, ele me beija e me aninha em seus braços. E nos amamos. Sinto, assim, que meu pra sempre é meu hoje. E hoje eu sou feliz pra sempre.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Detalhes


"Detalhes tão pequenos de nós dois são coisas muito grandes pra esquecer"
Acho que estou nostálgica com os 50 anos de carreira do Rei. Pensei muito nesse trecho da música "Detalhes" nesses últimos dias. Me lembrei de vários detalhes que fazem parte de minha vida que realmente são grandes coisas. Fiquei impressionada com a quantidade delas. Porque são detalhes, não é legal contar - é legal sentir, usufruir, degustar tais momentos.
Estes detalhes me fazem muito bem. Sempre farão.

domingo, 12 de julho de 2009

Roberto, o sessentão cinquentão

O show de ontem do Tio Betão, como diz minha professora da facul, foi uma demonstração de que o cara é, ainda, O Cara. Gerações diferentes cantando suas músicas e se emocionando, mesmo que seja sentado no sofá - porque eu imagino que, alguém que estivesse lá no Maracanã, ontem, se emocionou pra valer. Todos em casa cantaram a maioria das músicas. Uma das que mais gosto é esta. A versão do Jota Quest é bem legal, mas ainda prefiro o bolerinho original.

Um dia eu encontro esse lugar.


Além do horizonte - Roberto Carlos
Composição: Erasmo Carlos / Roberto Carlos

Além do Horizonte deve ter
Algum lugar bonito
Pra viver em paz
Onde eu possa encontrar
A natureza
Alegria e felicidade
Com certeza...

Lá nesse lugar
O amanhecer é lindo
Com flores festejando
Mais um dia que vem vindo...
Onde a gente pode
Se deitar no campo
Se amar na relva
Escutando o canto
Dos pássaros...

Aproveitar a tarde
Sem pensar na vida
Andar despreocupado
Sem saber a hora
De voltar...
Bronzear o corpo
Todo sem censura
Gozar a liberdade de uma vida
Sem frescura...

Se você não vem comigo
tudo isso vai ficar
no horizonte esperando
por nós dois
Se você não vem comigo
nada disso tem valor
de que vale o paraíso
sem amor

Além do Horizonte
Existe um lugar
Bonito e tranqüilo
Pra gente se amar...

sábado, 11 de julho de 2009

Dona de seu próprio nariz há muito tempo, Sandra não tinha a menor vergonha de dizer e de demonstrar o que sentia. Em todos os sentidos e quaisquer fossem os sentimentos. A vida a havia ensinado a pensar demais naquilo que fosse fazer, mas não a ensinou direito a tentar se polpar um pouco de certas emoções. Assim, se ela percebesse que teria uma oportunidade sentimental, ela não pensava duas vezes: encarava a situação com a maior naturalidade, ainda que seu coração estivesse como o repique da bateria da Vai-Vai.

Numa dessas, conheceu Guto - ou melhor, senhor Gilberto, chefe do departamento de marketing da empresa em que ela trabalhava. Quando Gilberto chegou, transferido da central, todas as mulheres do departamento já haviam visto a foto dele no mural de "bem-vindos" e o boato correu: ele era uma graça. Mas era chefe. Também era bem jovem para a função. O diretor reuniu todo o pessoal numa pequena recepção e o novo chefe foi apresentado a todos. O boato se confirmou: ele era realmente uma graça. Sandra ficou animada com a novidade e sabia, desde que o viu, que algo de muito especial aconteceria a partir dali.

Sandra era uma exemplar funcionária e Guto precisava de gente assim para ajudá-lo a implementar sua nova estratégia de marketing. Isso, sem dúvida, os aproximou muito, mas sem nenhuma outra intenção, até o dia em que eles começaram a trocar emails com menores conteúdos de trabalho e mais informações pessoais. Ambos começaram a perceber que se olhavam um pouco mais, de maneira mais carinhosa, mas na discrição de sempre. Numa manhã, perto do horário do almoço, Sandra recebeu um email dele que pedia seu número de celular. A mensagem enviada era um convite para almoçar que, certamente, ela aceitou, assim como aceitou, dois anos depois, o convite dele para que se casassem.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O refrão da música "Olhar para trás", de Jair Bloch (não sei quem é, gente, juro...), me chama a atenção há um tempo.

É melhor morrer de amor, do que viver em paz
É mais fácil amar de novo, do que olhar para trás

Enquete da tarde: você concorda com essa teoria dele?

Minha resposta: há um tempo atrás eu discordaria. Preferiria a estabilidade da vida à loucura do amor.
Hoje não. Encaro de frente, amando até mais do que deveria, às vezes, mas buscando ser feliz.

Alguém mais pode me ajudar???
:)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Tomara que só no tempo climático seja inverno, não em nossas vidas. Que aprendamos a ver o sol que está por detrás das nuvens. Ele pode não aparecer direito, mas está lá.

(meu presente de início de treinamento: a visão do arco-iris)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ele seria só mais uma pessoa numa multidão, há um tempo atrás. Seu olhar não me buscaria, suas mãos não percorreriam meu corpo e eu não sentiria falta do seu sorriso. A vida, assim como a feira do domingo ou a entrega do Oscar, continuaria sem infortúneos. Ele, com sua garra, experiência e timidez, de um lado, e eu com minha maluquice e meus encantos, do outro. Seu pequeno sofá não estaria tão repleto em noites frias e nem suas grandes meias esquentariam meus pés. Não haveria histórias para contar no café da manhã, nem filmes ou livros para compartilhar.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O som da chuva

Sempre gostei da chuva.
Na verdade, sempre gostei do som dela e da sensação de paz que sintia quando eu ia dormir.
Mas devo confessar que, se essa sensação e esse som puderem vir acompanhados de uns braços bem aconchegantes, ah, eu durmo bem melhor.

(Dé, obrigada de novo: http://www.flickr.com/photos/tchola/2879908766/)
(precisamos marcar as fotos, heim? :))

sábado, 6 de junho de 2009

Ontem li um outro conto da Rosa Montero e eu preciso comentá-lo. Está registrado em seu livro "Amantes y enemigos", da Punto de Lectura, e chama-se "Parece tan dulce". Numa festa, o narrador diz que todos que estão ali são seus inimigos, mas que ela é a pior. E ele a conhece bem pois é casado com ela. No decorrer, ele conta como era o começo do casamento, como eles eram cúmplices e como ela, num dia em que percebeu que não havia a história de princesa e príncipe, acordou achando que estava com o sapo em sua cama, e o brilho no olhar sumiu. Mas mesmo assim continuaram casados. A pergunta central: por quê?
Talvez porque depois que se entende isso, a cumplicidade que se pode criar é, talvez, para a vida inteira. Porque parece mais realidade. Ele conta que, num certo momento da festa, o céu se fecha e se forma uma grande tempestade, e ela tem horror a trovões. Vou traduzir o parágrafo em que ele descreve essa cena:

"Esse barulhão que acabamos de ouvir de algo que se rompe definitivamente não foi meu coração, contra todo prognóstico, mas acho que foi um trovão. Sim, ouvi outro trovão, e através das janelas se vê um céu tão negro quanto o futuro. Ela tem medo dos temporais. Um medo até infantil que faz parte da sua cota de rã, de imperfeita. Olhem para ela: já está nervosa. Já está olhando em volta das janelas, dançando o peso do corpo de um pé a outro, mudando o copo de mão. Está procurando por alguém com os olhos. Por mim. Não quero ser pretencioso, mas parece que me procura. Sim, já me viu. Me olha. Sorrí. É um sorriso que ninguém vê: um risco muito pequeno por debaixo dos lábios. Só eu sei que ela está sorrindo. Só eu conheço esse sorriso. E eu digo: 'não se preocupe, você sabe que nas cidades sempre há bons pára-raios'. Não digo isso com a boca, mas ela entende da mesma maneira, do outro lado da sala, o que eu disse. Isto é o que nos aproxima mais da eternidade e do amor".

Fantástica essa última frase. Aliás, o conto todo o é. O final: a festa segue, ela se acalma, e a vida também segue, com as suas incógnitas perpetuadas.

Acho que vou traduzir o conto inteiro e postá-lo. :)

terça-feira, 2 de junho de 2009

Quer se aquecer?
Fique perto do meu coração.

sábado, 30 de maio de 2009

Só para constar: adoro essa música.

Change The World - Eric Clapton
Composição: Tommy Sims / Gordon Kenney / Wayne Kirkpatrick

If I could reach the stars
Pull one down for you
Shine it on my heart
So you could see the truth
That this love I have inside
Is everything it seems
But for now I find
It's only in my dreams

That I can change the world
I'd be the sunlight in your universe
You'd think my love was really something good
Baby, if I could change the world

If I could be king, even for a day
I would take you as my queen
I would have it no other way
And our love would rule
This kingdom we have made
Till then I'd be a fool, wishin' for the day

That I can change the world,
I would be the sunlight in your universe.
You would think my love was really something good,
Baby if I could change the world.
Baby if I could change the world.

(guitar solo)

That I can change the world,
I would be the sunlight in your universe.
You would think my love was really something good,
Baby if I could change the world.
Baby if I could change the world.
Baby if I could change the world.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Saudade

A gente se gostava tanto que ela veio se despedir de mim num sonho. Eu tinha certeza que ela era que estava deixando este mundo. Mas não dei bola a princípio, pois ninguém me ligou na quarta para avisar - porém na quinta lá estava o email: "nota de falecimento".
Joquebede Almeida de Brito - com esse nome eu a conheci. Uma das vozes mais doces que meus ouvidos escutaram. Um abraço terno, uma risada muito da boa e um carinho incrível com todo mundo. Ela foi minha professora no seminário. Entre uma aula e outra, depois que ela virou Joquebede Brito do Nascimento, conversávamos tantas coisas extras.... me lembro de um comentário, um pouco depois que ela voltou da lua de mel: "não sei pra quê eu gastei tanto dinheiro na minha vida com roupas íntimas, se na hora do 'vamo vê' eles gostam mesmo é de que fiquemos sem nada!!!", e eu morria de rir com ela e as outras alunas. E pensar que ela era só 11 anos mais velha que eu... quanta sabedoria ela tinha, meu Deus!
A Joque cantava comigo no Coral, no grupo de louvor, nas reuniões de obreiros, nos corredores, nas festinhas,,,, na verdade, a qualquer tempo estávamos cantarolando algo. E ela sempre vinha e tentava fazer uma segunda voz, pra que eu aguentasse na base,,, aliás, quem tentava alguma coisa era eu, porque ela mandava muito bem na música, sempre.... Ela me ensinou a gostar do Take 6 ( http://www.youtube.com/watch?v=QkL3nBCpoCo ) e do Acapella ( http://www.youtube.com/watch?v=RnS1WDwosA4 ; http://www.youtube.com/watch?v=8TObj0rNJ6E ; http://www.youtube.com/watch?v=fftX0ROC0BY&feature=PlayList&p=6F504AADBF2398D2&playnext=1&playnext_from=PL&index=32 ). Me ensinou, também, que agradecer pelo dia em que vivemos, com um sorriso no rosto e um câncer nos seios, é sim possível. Que ter 40 anos, duas filhas, uma doença grave e pouca perspectiva de vida não podem nos impedir de dar o passo seguinte. Curiosamente, ela se formou como assistente social, mas nem precisava, de tanto que se doava aos demais. Ficamos muito próximas quando eu comecei a trabalhar na secretaria da igreja, com ela, o tio Levi, o tio Eli e o tio Paulo. Foram anos de domingos inteiros trabalhando.

Só posso agradecer a Deus por tê-la conhecido um dia. Por ter sorrido e chorado com ela. Pela família dela que eu amo tanto (hoje, pai e irmãos). E pela coragem que ela teve de enfrentar tudo até o fim.
Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!
Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
AMIGO AGENTE ENTENDE!!!
Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!
Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!
Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

terça-feira, 26 de maio de 2009

"Te ver e não te querer
é improvável, é impossível".

domingo, 17 de maio de 2009

Estava lendo algumas crônicas do Prata (o pai) e uns contos da Rosa Montero nestes dias. Resolvi escrever. Lá vai:

Antes de pegarmos no sono, conversamos um pouco, algumas bobagens. Me lembro dele falando a gente descansa um pouquinho, depois a gente vê o que acontece. Mas dormimos. Aquela noite fria (a mais fria até agora neste outono paulistano) estava muito convidativa para isso, e o calor dos cobertores e do corpo nu dele, perfeitamente encaixado ao meu, embalaram nosso repouso.

Aquele dia havia começado igual que muitos outros: trabalho, estudos, correria, trânsito, mas resolvemos parar um pouco para respirar e relaxar. Quer que te faça uma sopa?, perguntei no meio da tarde, pedindo que ele comprasse mandioquinha, cenoura e queijo roquefort. Mas ele disse que preferia comer algo pronto e ir ao cinema, e assim fizemos. Me arrumei e fomos ao shopping. Essa praticidade de encontrar comida e lazer no mesmo lugar é a cara de São Paulo, ainda mais numa noite tão gelada - só faltava uma livraria com um café.

Escolhemos o filme primeiro - a estreia de uma adaptação cinematográfica de um livro - e depois jantamos, conversando, ao mesmo tempo, a respeito de tantas coisas que parecíamos dois desconhecidos, de tanto assunto novo. Interessante como a cumplicidade nem sempre tras o esgotamento. Mesmo há 5 anos juntos, parecemos inesgotáveis no quesito papo (furado ou não). O filme começa, sala cheia, bom filme. Ótimas são, também, as carícias que trocamos no escurinho, como se fôssemos novatos na arte de namorar e investigar o corpo de quem está conosco.

Enfim, em casa. Silêncio da vizinhança interrompida com nossa chegada. Lá fora, o frio e a quietude. Lá dentro, muito, mas muito aconchego. Começamos com calma, reconhecendo os contornos dos corpos, sentindo os cheiros familiares e tão prazeirosos, explorando com mãos, pés, bocas, olhares, tudo o que nos envolve: nós mesmos. A voz dele ainda me arrepia; minhas mãos, ao acariciá-lo, ainda são penetrantes - sinto que posso tocar sua alma. E o olhar que trocamos... numa cumplicidade inesgotável... E então ele puxa meus cabelos e já não cabemos mais naquele quarto.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

¿Qué es la vida?



¿Qué es la vida? Un frenesí.
¿Qué es la vida? Una ilusión,
una sombra, una ficción,
y el mayor bien es pequeño;
que toda la vida es sueño,
y los sueños, sueños son.



Pedro Calderón de la Barca, La vida es sueño.




Brigada, Dé! Roubei de novo... aliás, uma pergunta: você a tirou no Peru, por acaso? Numa igreja cheia de pombos? :) http://www.flickr.com/photos/tchola/3488789896/

terça-feira, 12 de maio de 2009

Piada interna


- Olha! Quem é ele?
- Não sei... só sei que é bonito!

***

- Olha! Mais alguém gravando? Quem é?
- Não sei... só sei que é feia!

kkkkkkkkkkkk

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Quer coisa melhor que o cuidado?
Já imaginou o mundo sem isso?

Filhos sem o cuidado dos pais...
pássaros sem o cuidado das flores e frutas...
o farmacêutico sem o cuidado da precaução...
o professor sem o cuidado com as palavras...
o ator sem o cuidado da emoção...
a flor sem o cuidado das belas cores e dos aromas...

domingo, 3 de maio de 2009

Entre encontros maravilhosos com pessoas que eu amo, shows na cidade, um turbilhão de gente ao meu redor e a vitória de meu querido time de futebol, pude me deliciar, neste sábado, num show com Mônica Salmasso, Toninho Ferragutti e Teco Cardoso. O lugar foi um primor (o Centro de Cultura Judaica, no Sumaré) e o show... bom... sem palavras. Ouvi-la é um prazer daqueles que dá vontade de sair correndo e dar um beijo nela lá no palco, ou de sair dançando junto com eles, pois eles tocam e cantam dançando, numa incrível sintonia. Estava sozinha. Estava frio. Mas me esquentei por dentro.

A primeira música foi esta que segue. Fiquei paralizada com o que ouvi. Agora, percebendo de quem é a letra, pude comprovar aquilo que senti na hora: parecia ser uma oração de verdade. E eu a faço agora, ao reproduzir esta magnífica letra.

Mortal loucura (Gregório de Matos - José Miguel Wisnik)

Na oração, que desaterra… a terra,
Quer Deus que a quem está o cuidado… dado,
Pregue que a vida é emprestado… estado,
Mistérios mil que desenterra… enterra.

Quem não cuida de si, que é terra,... erra,
Que o alto Rei, por afamado… amado,
É quem lhe assiste ao desvelado… lado,
Da morte ao ar não desaferra, … aferra.

Quem do mundo a mortal loucura ... cura,
A vontade de Deus sagrada … agrada
Firmar-lhe a vida em atadura … dura.

A voz zelosa, que dobrada … brada,
Já sei que a flor da formosura, … usura,
Será no fim dessa jornada … nada.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Minhas últimas diversões

Fotos tiradas das minhas bagunças estudantis e culinárias.
Sabe que estou gostando dessa ideia de fotografar? Tá longe para ser "a foto", mas um dia chego lá! Espero!
:)








quinta-feira, 23 de abril de 2009

Dia da rosa e do livro


Na Catalunha, o dia 23 de abril é florido, intelectual e festivo: comemora-se o dia da rosa, do livro e do padroeiro desta comunidade autônoma, São Jorge (San Jordi). Dia da fé, do amor e da sabedoria. Há um costume entre os catalães de que, neste dia, oferece-se a amigos e a amantes uma rosa e um livro. A comemoração do dia do livro baseia-se no fato de que Cervantes e Shakespeare morreram neste dia, em 1616.
Assisti a uma apresentação de um coral em meu serviço, em homenagem ao dia do livro. Cada cliente que entrou lá ganhou uma rosa ao comprar seu livro. Ainda que o dia tenha sido um pouco fechado, devido a chegada de uma frente fria, nunca vi a Letraviva tão cheia de cores e de vida como hoje. Grata experiência.
Mas eu tenho outro motivo para comemorar, e reforço a delicadeza das rosas e o conhecimento dos livros para relembrar o dia 23, mas de março, numa segunda-feira à noitinha, em que um telefonema agradável tornou minha noite, e meu mês, mais florido e mais sonoro que a Letraviva hoje.
Feliz 23 de abril!

terça-feira, 21 de abril de 2009

O que realmente te interessa?

Acabo de ouvir a música do Lenine e fiz a pergunta acima pra mim. Agora quero redirecionar a você. Se precisar de inspiração, coloco a música dele aqui (já a postei uma vez, mas nunca é demais colocar uma letra tão linda como essa...rsrsr).

É o Que Me Interessa - Lenine

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não
Me traz o teu sossego
Atrasa o meu
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurre em meu ouvido
Só o que me interessa

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa

terça-feira, 14 de abril de 2009

Assisti "Ele não está tão a fim de você" neste sábado. Percebi que nós, mulheres, somos dignas do manicômio mesmo. Somos loucas e deixamos qualquer um que está por perto tão louco/a quanto, e mesmo assim buscamos relacionamentos. E casais se unem, com ou sem estabilidade, com ou sem planos para o futuro, mas querendo trocas pertinentes, pelo menos: um quer dar carinho, o outro quer receber. O que quer receber carinho também quer dar. E se as trocas estão indo bem, fantástico! Continue assim.

Encontrei uma frase em que a atriz principal, a qual já me confundiram com ela, fala com o gracinha que acabará com ela no final:

GIGI: Talvez ele tenha me ligado e eu não recebi o recado. Ou talvez ele tenha perdido meu telefone, ou talvez estivesse fora da cidade, ou talvez tenha sido atropelado por um táxi, ou sua avó tenha morrido.
ALEX: Ou talvez não tenha ligado, porque não está interessado em vê-la novamente.


Diz que, depois de ver o filme, a gente não fica mais esperta? kkkkkkkkkkkk


"Se ele não te liga…
Se ela não está dormindo com você…
Se ele não quer casar com você…
Se ele está dormindo com outra pessoa…
…então, ele não está tão a fim de você."
(Frases vistas no filme, eu juro!)

segunda-feira, 6 de abril de 2009


Definitivamente, não sei fazer pacotes. Já tentei, já insisti, mas nunca fica bom. Hoje ainda fiz dois. Meu amigo de trabalho diz que "está bem melhor", mas ainda assim não acredito. Nunca consigo deixar bonito suficiente para que um cliente o receba e diga: "nossa, que bem embrulhado meu livro está!"

Assim como tenho plena consciência dessa limitação, hoje fiquei pensando que não sei ser diferente daquilo que eu sou. Parece lógico e até banal, mas algumas vezes em nossas vidas somos forçados a tentar parecer aquilo (ou aquele/a) que não somos. E não adianta: um dia a casa cai e tanto o que forçou como o que se sujeitou a tal serviço se frustram.
Será como meus embrulhos: por dentro até existem livros muito bons, mas por fora... um desastre.

domingo, 5 de abril de 2009

Quer coisa melhor do que descobrir o seu próprio tempo? E entender que, nessa vida, cada pessoa tem um tempo diferente? Hoje revi algumas fotos antigas, para um trabalho na facul, e percebi o quanto eu cresci. Como mudei. E como me prefiro agora, na casa dos 30, do que com 20. Sem dúvidas nem tristezas nem remorsos nem frustrações. Somente com a certeza de estar melhor. De ser melhor.

Tenho certeza de que Deus coloca as pessoas em nossas vidas com um propósito muito bem específico. Tenho família, amigos, emprego, faculdade, e todas as pessoas que me honraram com suas presenças e experiências me agregaram a dulçura de viver intensamente. O hoje. Cada dia de cada vez com cada experiência e com cada pessoa.

Ser feliz.

sábado, 4 de abril de 2009

Amanhece. Sábado de outono. Me levanto depois de uma deliciosa noite e vou para o chuveiro. Lá eu canto e lavo meus cabelos. Vou para o quarto. A porta-balcão está aberta e o sol aquece docemente meu rosto e corpo. O rádio ligado me avisa de problemas na cidade, mas a paz que sinto ao ouvir a voz dele falando comigo é mágica.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Um fim de semana pode ser:


Delicioso, como sorvete napolitano no verão

Aconchegante, como chocolate quente no inverno

Urgente, como água para o sedento no deserto

Minucioso, como uma dança de tango

Carinhoso, como o sol do início da manhã


quarta-feira, 25 de março de 2009

Prefiro a rima

"Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva
Ou em rima"

Paulo Leminski, Caprichos & Relaxos

segunda-feira, 23 de março de 2009

"É amarelo porque não tem azul"

Quase igual Tostines - é fresquinho porque vende mais (ou vice-versa, com hífen).

Na síntese aditiva das cores, é amarelo porque não tem azul. É amarelo porque a molécula retém o azul e reflete somente o verde e o vermelho. Aí nós vemos o amarelo.

Física pura.

E quem disse que isso não acontece com a gente?

Olhou, olhou de novo, gostou do que viu, se aproximou de alguma maneira, sondou, esperou, entendeu que podia ir, foi. Física pura. Sentidos. Misturou - reteve e distribuiu - refletiu. Física e química entrelaçando-se.

Está junto porque não está separado. Está bem porque não está mal. Está vivo porque não está morto. Está feliz porque não está triste. Queria a vida assim, fácil. Será que pode ser, só de vez em quando?

Decidi usar mais branco. Ele é o acúmulo de todas as cores. Gostei disso.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Sorte de hoje: Aprenda algo hoje (by Orkut)

Primeira sexta-feira de outono, estação que eu adoro: os ipês estão floridos, roxos, amarelos, lindos. Um friozinho gostoso na Av Paulista, daquele no qual a melhor coisa a fazer é aconchegar-se no emaranhado de um bom abraço.

Era tudo o que eu queria hoje. Mas vou dormir e agarrar meu travesseiro.

segunda-feira, 16 de março de 2009

E o Dostoiévski sabia que eu leria isso ontem...

"Meu amigo, é preciso ter paciência e coragem. Espera-te uma sorte mais invejável que a minha: você é cem vezes mais artista do que eu; mas que Deus te dê, pelo menos, um décimo da minha paciência. Estude e não beba, como te dizia aquele bom proprietário, e, principalmente, começa tudo de novo, pelo a-bê-cê. O que te aflige? A pobreza, a indigência? Mas a pobreza e a indigência formam um artista. Elas são inevitáveis, no início. Por enquanto, você não é necessário a ninguém; ninguém quer saber de você; assim é o mundo. Espere, e mais coisas acontecerão quando souberem o que você vale."

Do livro "Niétotchka Niezvânova", de Fiódor Dostoiévski, pg. 24.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Sundown

Não sei se é essa onda de tentar entender as diversas linguagens e seus efeitos causados, mas hoje me lembrei de um comercial da Sundown muito bonitinho: aquele em que a mãe começa a passar o protetor na filha (uma menina de uns 7 anos) e aí começa a voz de fundo de um menino, que diz:

"Ah, garota esperta, que passa com graça,
fazendo pirraça, fingindo inocente,
tirando o sossego da gente...
Garotinha, se eu pudesse, eu tirava o seu Sundown,
e aí, oh, você tinha que morar embaixo do meu guarda-sol...
... de qualquer jeito..."

E o menino aparece no final, beeeem branquelinho e sem protetor... Ao mesmo tempo em que ele fala, a música original, porém instrumental, está tocando, e achei bárbaro que menino, ao narrar o texto, dá um swing bem bacana para acompanhar a música... Uma forma lúdica de ensinar a usar o protetor e a mostrar algo da cultura do país: a música.

Mas por que será que eu pensei nisso mesmo? Acho que, na verdade, queria ouvir uma proposta dessas... kakakakkaak

Carência é uma merda mesmo.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Vou cortar meus dedos. Todos eles. Das mãos e dos pés.

Quem sabe, assim, dá certo.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Liliput

(upload.wikimedia.org)

Meu livro do momento é "Los viajes de Gulliver", de Jonathan Swift (peço perdão por minha leitura em espanhol,,, juro que, um dia, vou ter a capacidade de ler no original...). Um clássico que deve ser lido por todos. Uma boa leitura, um ótimo ritmo, uma reflexão interessante. Estou bem no começo, quando os liliputianos estão vasculhando os bolsos do personagem. Eles fazem uma carta ao rei contando, em detalhes, as coisas que eles encontraram, sem dar os nomes. É um exercício muito interessante. Vou colocar aqui a descrição de um destes objetos; achei muito bom.

"De la faltriquera derecha colgaba una gran cadena de plata, unida a una máquina maravillosa que guardaba dentro. Le indicamos que sacara lo que hubiera al final de la cadena y resultó ser una esfera, la mitad de plata y la otra mitad de algún metal transparente, pues en la parte transparente observamos unos signos extraños dispuestos circularmente. Pensamos que podíamos tocarlos, pero aquella sustancia lúcida se interpuso entre nuestros dedos. Nos acercó a los oídos este aparato, que hacía un ruido incesante como un molino de agua, y dedujimos que se trataba de algún animal desconocido o del dios que él adora, aunque nos inclinamos más por esto último, porque nos aseguró (si le entendimos bien, porque se expresó muy imperfectamente) que raras veces hacía algo sin consultarlo. Dijo que era su oráculo y que marcaba el tiempo de todo lo que hacía en su vida."

Pensei um tempão, depois que li, na importância que eu dou ao tempo. Ao passar do tempo. Ao tempo hoje, agora. Ao tempo futuro e ao tempo passado. Como ele nos amarra, às vezes... como ele nos consome... como ele é implacável... como não damos valor a ele... E talvez esse seja mesmo o meu erro: eu penso um tempão nas coisas, e às vezes isso me impede de viver outros tempos.

Quero aprender a viver cada coisa a seu tempo. Quero não ter medo de viver este novo tempo. "Este é o momento, a hora é agora".

sexta-feira, 6 de março de 2009

Intolerância

Você é uma mulher com duas filhas: uma com 9 e outra com 13 anos. Você já não vive com o pai destas crianças. Mas você se interessa por um outro cara, e resolve levá-lo para dentro de sua casa. Esse novo cara tem 23 anos. Eu não sei se ele trabalha, se ele tem amigos, se ele tem irmãs e uma mãe, mas sei de uma coisa: ele abusou sexualmente de suas filhas. A mais nova fica grávida, de gêmeos, aos 9 anos de idade, e você, é claro, decide interromper esta gravidez, já que as três crianças (porque a mãe dos gêmeos também é uma criança) correm risco de vida.

O cara é preso e precisa até ser transferido da cidade, porque a população quer linchá-lo.

O padre da cidade excomunga a todas as pessoas envolvidas no aborto: a mãe, os médicos, os especialistas.

O que é isso, minha gente?! Será que este senhor excomungou também o maldito que provocou tudo isso? E porque não deixaram a cidade invadir a cadeia e acabar com a raça daquele infeliz?

Depois eu acabo de escrever. Já estou chorando.

domingo, 1 de março de 2009

Domingo

Fui ao Parque do Ibirapuera com minha família. Eles alugaram bikes e eu fui correr. Estávamos fazendo o mesmo percurso, às vezes eu os deixava pra trás, às vezes eles me venciam. O parque estava cheio, claro, e o sol nos acompanhou como um intruso, em alguns momentos. Vimos várias outras famílias, muitos amigos praticando esportes, muitos solitários, muita gente esquisita (aquelas que acham que um parque pode ser visitado de vestidinho rosa e sandália alta de solado de cortiça) e muita gente bonita também. Um aglomerado de pessoas, de animais, de bikes/patins/skates. Muito suor. E um cansaço bom, agradável, que se conquista depois de aproximadamente uma hora de corrida.

Então chega a hora do almoço. Salada? Grelhados? Nãoooo.... fomos a uma lanchonete que está dentro do parque e pedimos Bauru, X-Tudo, batata-frita, refrigerante (se bem que eu tomei suco) e um sorvete de palito para arrematar. Perto de casa, passamos no mercado: um pote de sorvete de flocos. Fomos à padaria: uma lata de cerveja. Em casa: sorvete, sucrilhos, castanhas.

Incrível como temos a facilidade de fazer e desfazer. Adoro o não-convencional.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Vamos mudar: de um clássico do cinema para um clássico da tv. Eu assisti a este vídeo há alguns bons anos, quando eu era criança, e numa aula de duas semanas atrás meu professor levou para que víssemos a diferença da letra da música e da obra que foi feita para a tv. A música é Teresinha, de Chico Buarque (lindo!!!). Leiam a letra primeiro. É um primor. Ele tem uma delicadeza incrível para contar a história dessa mulher:

Teresinha - Chico Buarque

O primeiro me chegou como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens e as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio, me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada que tocou meu coração
Mas não me negava nada, e, assustada, eu disse não

O segundo me chegou como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar
Indagou o meu passado e cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada, e, assustada, eu disse não

O terceiro me chegou como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada também nada perguntou
Mal sei como ele se chama mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama e me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não
Se instalou feito posseiro, dentro do meu coração


E agora vejam o filme. É hilário, no mínimo.
http://www.youtube.com/watch?v=ply6B4O5ZYs

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Leituras

Confesso que estou um pouco zonza ainda. Acabo de sair do cinema (são 23h45 desta quarta-feira de cinzas). Escolhi "O leitor" esta noite para assistir. Tudo o que eu escrever aqui será pouco perto do que esta delicada produção realmente é.

Eu poderia descrever vários aspectos do filme: a belíssima atuação da Kate, que tenho certeza ter merecido e muito este Oscar de melhor atriz; a coragem daquele menino que interpretou Michael quando adolescente (ele foi muito bom também); uma fotografia cuidadosa, numa mistura de pureza, quando do passeio deles com a bicicleta, e de terror, quando mostra parte do campo de concentração e os fornos e os lugares onde os judeus "viviam". Mas, talvez por meu lado literário ser mais aguçado, preciso me lembrar da troca.

Cada personagem, Hanna e Michael, estabeleceu, no filme, uma troca. Uma doação. Aquele menino, de 16 anos, que mal sabia o que era um beijo no rosto, se depara com aquela mulher, experiente, que o ensina o amor. E ele, numa contrapartida futura, trará a dignidade àquela que fora tão importante em sua vida. Suas leituras de textos clássicos, dentre eles Homero, traziam a esta mulher de feições duras uma certa alegria, um certo sentimento desconcertante, uma certa razão.

Na volta, caminhei pensando que, nesta vida, nada mais temos que um monte de trocas a executar. Trocamos experiências, trocamos telefones e figurinhas, mas todos nós, invariavelmente, recebemos esse dom de compartilhar (tudo bem que muitos se esquecem disso... até eu mesma, às vezes...).

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Rumos


Avenida Paulista, sexta-feira, sete e pouco da noite.

Caminho sozinha. Ouço MPB.

No mesmo percurso, outros na mesma condição. Alguns em par com seu skate ou bike, outros com seu namorado ou amigos, algumas famílias, muitos emos, pontos de ônibus cheios, trânsito, Sesi e Masp, Mc Donalds, calor.

Reflito a respeito dos meus últimos dias. Agitados. Não sei bem o que fazer. E talvez as pessoas que passaram por mim, com seus rostos diferentes, também não saibam o que fazer. Somos iguais? Somos gente.

A mudança de emprego não veio. A oportunidade na facul é maravilhosa. Minha vontade de continuar é clara. Mas o turbilhão de opções me deixa mareada.

Me questiono.

Que rumo tomarei na vida?

Por que duas pessoas, sozinhas, conscientes de seus defeitos e qualidades, e com uma afinidade incrível, optam por continuar sozinhas, mesmo não querendo a solidão?

Por que EU não quero mais ficar sozinha e ELE quer?

Por que EU não aceito que cada um tem seu tempo e que eu não posso mudar o mundo por conta do meu capricho?

Por que somos tão individualistas?

O calor faz querer ficar na rua até a madrugada, mas decido voltar pra casa. Eu tenho uma casa pra voltar. Quantos ali, naquela avenida, não têm? Ou quantos têm aquela avenida como casa? Vi um homem abrindo a lixeira para beber o resto do suco que alguém tomou. Eu, preocupada com meu trabalho e meus estudos e meus sentimentos... ele, preocupado em se alimentar, em sobreviver. Que mundo é esse? Que ingrata eu sou! Será que esse cara fica reclamando tanto quanto eu?

Chega. Opto pela paz. Paz no meu coração. Meu pacto: farei o que estiver a meu alcance, dando o melhor de mim. As coisas virão, as pessoas aparecerão, o amor chegará sem hora marcada, sem nome ou sobrenome, assim como Barão Vermelho canta.
(valeu, amigo André! mais uma vez te "usando" rsrsrsr http://www.flickr.com/photos/tchola/3149620117/)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Cultura

Um presente a comprar para uma amiga. Ela pediu um DVD do Harry Potter (o último). Vou ao lugar que mais gosto de ir para ver livros e cd's e dvd's. Procuro, analiso, decido. E me dirijo até o caixa da loja.
- Boa noite.
- Boa noite.
(nossa, que voz linda é essa?)
- Participa do Programa Mais Cultura?
- Não.
- Não? Você nunca informou seu cpf aqui?
- Não sei...
(e que simpatia! que belezura!)
Informo o cpf.
- Marta??
- Isso! Nossa, você adivinhou meu nome?!
(isso foi mesmo ridículo)
- Não, não... bom, agora você terá um cartão. Está aqui. Apresente-o sempre que desejar.
- Obrigada!
- CPF na nota?
(A essa altura, eu já não prestava muita atenção no que ele dizia)
- Ah sim, por favor.
- Aqui está. Muito obrigado.
- Obrigada! Tchau!
Não contente, voltei, na mesma noite, para comprar um livrinho que eu queria, do Oscar Wilde, que encontrei por 8 reais. No mesmo caixa. Dormi pensando naquela voz.

Voltei à loja no dia seguinte. Ele não estava no caixa dos livros, mas sim no de cds. "Precisei", então, comprar um. Do Lenine.
- Boa noite, tudo bem?
- Boa noite!
- Participa do...
- Ah sim! Olhe meu cartão!!!! Agora vou utilizá-lo sempre!!!
- Ah sim, é verdade...
- Escuta,,, você consegue saber se meus dados do cadastro estão corretos?
- Posso tentar... bom, são estes?
- Na verdade, não mais... você pode alterar?
(queria que ele soubesse meu número)
- Não posso... você precisa fazer direto no site... lamento...
- Tudo bem, eu faço depois. Obrigada!
- Imagina,,, CPF na nota?
- Claro... boa noite...
Comprei um café lá fora. Precisava dar meu número pra ele. Voltei com um bilhete.
- Ué?! Tá me esperando aqui na escada?
- Estou sim! Vim te entregar isso!
(morta de vergonha)
- Pra mim?
(morto de vergonha)
- Sim...
- Eu leio daqui a pouco, tudo bem? Ainda estamos dentro da loja...
- Tudo bem, sem problemas...

Conversamos por fone. Pessoalmente. Voltei à loja num outro sábado, tarde chuvosa. Muitos clientes para serem atendidos, e eu no meio da fila.
- Oi!!
- Oi... tudo bem?
- Tudo bem...
- Hoje entrei mais cedo, e vou ao cinema depois de sair. Você quer ir comigo?
- Claro!
- 22h20 naquela saída.
- Combinado.
- Você gosta de Dalton Trevisan?
(Continhos galantes era o livro desta vez)
- Gosto demais dele!
- Hummm... CPF na nota???
Risos, muitos risos.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Nascer do sol

Ontem resolvi acordar cedinho pra correr. Vou usar minhas folguinhas na facul para continuar com minhas práticas esportivas (aqui, exclusivamente, a corrida). Desde novembro, a corrida tem feito parte de minha vida (às vezes de minhas manhãs, outras de minhas tardes) e tem feito uma revolução, tanto física quanto emocional. Engraçado como simples atitudes e disposições nossas podem fazer uma extrema diferença pra gente.


Mas eu estava falando de ontem. Quando me predispus na segunda à noite, pensei: "vou acordar às 5h50, me visto e saio". Acabei me levantando às 6h15 e saindo às 6h30 de casa. Estava escuro ainda, e achei tão estranho eu, moça quase sedentária até alguns meses atrás, saindo de casa no escuro pra correr no parque Buenos Aires. É, mas eu fui. Comecei a correr ainda com a escuridão (mais amena, mas ainda estava escuro). As músicas no mp3, os vários rostos passando por mim durante a corrida, o som dos pássaros e dos carros, e meus pensamentos que voavam longe dali. De repente...

.... como já era previsto, o sol começa a nascer, a limpar a densidade, a clarear o céu, a iluminar ainda mais as pessoas que me cercavam, a me fazer ver melhor. Era como se, do céu, eu recebesse um "bom dia" carinhoso. Era como acordar ao lado de alguém que se gosta muito e ter o rosto beijado na face e ser presenteada por um sorriso desinteressado. Foi lindo. Foi simples. Foi único.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Ideal

Procurei, agora cedo, uma palavra num dicionário de inglês para compreender uma frase. E acabo de reparar que, na capa do dicionário, está a frase "Ideal para o viajante e o estudante". Gostei disso. Ele não é perfeito, não é um lixo, não é mediano: ele é ideal. Pode ajudar na hora do aperto, pode deixar na mão também (tanto é que eu não encontrei a palavra que procurava...rsrsr), mas, no geral, será funcional. Talvez como a sombra dessa árvore, num dia de calor.
Vida ideal. Sonhos ideais. Pessoas ideais. Meus ideais. Até onde isso vai?
ps.: meu amigo André sempre me ajudando a escrever com suas lindas fotos: http://www.flickr.com/photos/tchola/3236067689/

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

"Às árvores pintadas não caem as folhas" - Saramago

A leitura deste livro do Saramago (A viagem do elefante) merecerá, em breve, um texto meu. Mas antes disso, queria fazer menção desta frase lida ontem à noite (faltam 10 páginas para acabar o livro): "Às árvores pintadas não caem as folhas". Achei genial. E assustador. É uma informação clara, óbvia, quando colocamos ao pé da letra. Você, seguramente, não está cheio das folhas desta árvore sobre sua mesa (e nem eu). E você me pergunta: "tá, e daí?" Daí que meus sentimentos devanearam com essa informação. Algo como: "cara, nada acontece com você se você permanecer assim, como uma árvore num quadro na parede". O renovo da árvore está no fato de que ela se despoja das folhas, das frutas e das flores para que, no tempo certo, novidades apareçam em seus troncos. Às vezes, sem o chacoalhar dos ventos, as folhas mais velhas, às vezes mais resistentes, não podem dar lugar à novidade. E outra coisa: se sou árvore, e se estou viva, com certeza minhas folhas vão se desligar de meus ramos. E mais uma: ao optar por ser uma árvore frondosa, viva, e não um quadro com uma representação, devo assumir as consequências disso.

Apesar de tudo, prefiro a vida. Quadros são bonitos, mas são só bonitos.



(a internet diz que este quadro é de Dali... espero que seja verdade...)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

2000inove

O cara (ou a mina) que bolou esse slogan para o Bradesco merece o prêmio de publicidade do ano. Uma: a idéia foi extremamente criativa; duas: talvez, num ato impensado, ele/ela tenha publicado algo que seria verdade: o ano de 2009 seria cheio de mudanças e de inovações para muitos (mesmo não sendo correntistas do banco). Eu sou uma delas.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Amigos

A parte de mim mais festiva

O gosto por coisas parecidas

A saudade que faz atravessar cidades

A paciência que acalanta

O não providencial

O lúdico, o sério, o novo

A razão e a emoção de mãos e pés dados

A realidade. A fortaleza. A realeza.

O refúgio.


Obrigada por todos vocês existirem.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Foi o Drummond quem escreveu...


... e nem sei quando foi (não consegui achar a referência), mas expressa direitinho muitos sentimentos nossos bem atuais. Li hoje no Flickr de um amigo e achei bárbaro (no sentido atual da palavra...rsrsrsr). Não gosto muito de publicar textos "alheios" (deveria talvez criar o meu próprio sentido de Definido), mas vou me apropriar do texto do Drudru...rsrsrsrs
"Definitivo
Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional..."
Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009


Já comecei a escrever umas quatro vezes hoje. Apaguei todas elas. Nada ficou bom. Mas o desenho é perfeito, e ilustra bem meu sentimento hoje.
Acho que ele tá falando melhor que eu. Fico quieta. Por enquanto.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009



Quando falo com você, consigo ouvir meu coração.

Quando vejo você (mesmo que em sonhos), minha alma fica transparente.

Quando me lembro de você, o ar falta, o sorriso brota fácil, a pele se arrepia.

Mas, no aconchego do teu abraço, agora eu não tenho espaço.
... e minha vida segue
... e a sua vida segue
... e estamos felizes, e estamos sozinhos, e estamos acompanhados
... e o que te parece bastar hoje, é vago, é pouco
... e minha certeza de outrora é dilema de hoje
E eu canto: "Sabe/já faz tempo que eu queria te falar/das coisas que trago no peito/Saudade/já não sei se a palavra certa para usar/ainda lembro do seu jeito/Não te trago ouro, porque ele não entra no céu/e nenhuma riqueza deste mundo/Não te trago flores, porque elas secam e caem ao chão/Te trago meus versos, simples, mas que fiz de coração".
E eu sigo. E eu vivo. Feliz. Não sei como. Mas feliz.
Porque o mundo dá voltas, porque as oportunidades aparecem,
porque o sol brilha, porque eu falo, porque eu ouço,
porque eu vejo, porque eu me lembro.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Às vezes parece
que a vida nos pega peça
Quem diria que hoje
eu estaria assim?
Mudei muito
Mudei muito?
Ou me permiti ser eu mesma?

Já tive medo de amar
já tive pavor da solidão
Já amei o errado e o certo
já me dediquei e me desiludi
Fiz pouco
Fiz pouco?
Ou o meu muito não era o bastante?

Precisei de alguém para ser feliz
precisei de outro para entender
que ninguém pode fazer isso
simplesmente
porque o vazio da alma
só Um pode preencher
O resto é consequencia
Consequencia?
Ou o fruto daquilo que plantei?

Ainda te amo
ainda sonho contigo
e na peça que a vida montou
o final já foi encenado
O sino do coração
bateu na hora errada
mas rendeu canções
na hora certa.

(By Fê)
(acho que nunca mais escrevo poesia na vida..akkakkaka)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Bem-vindo, 2009!

É, 2009, parece até que você chegou adiantado, de tão rápido que passou seu predecessor. E não pense que vou fazer alusão àquilo que o Governo do Estado fez (como numa propaganda que eles fizeram que é, em minha opinião, hilariante). Não. Na verdade, vim aqui para te avisar de algumas coisas que andam por aí, já que você é muito jovem ainda e tem, se não me equivoco, 360 dias pela frente até que demos as boas-vindas a 2010.

Mas antes de pensar exatamente em você, deixe-me rememorar algumas coisas que aconteceram em 2008 que certamente farão diferença. Nosso Presidente da República continua sendo o companheiro Lula, só que agora ele tem um status nacional e mundial talvez jamais visto antes (próximo à JK? será?). Barack Obama venceu as eleições nos EUA, e venceu também o preconceito e a falta de expectativas de seu povo. E o Bush, veja só, quase levou uma sapatada na cabeça nos últimos dias de seu mandato (e detalhe: a marca da botina que voou ficou tão famosa que a família do iraquiano que a criou já se beneficia com os lucros). O Fidel, após tantos anos, já não comanda mais Cuba (se bem que agora é o irmão dele quem está no poder... já viu...), e o Evo parece que quer comandar a Bolívia eternamente.

Coisas ruins? Várias! Eis algumas: uns tais Nardoni mataram a própria filha; um tipinho de Santo André (nada contra a cidade) acha que tem poder sobre uma jovem e a mata (pobre Eloah); um grave terremoto em Sichuan, na China, devastou horrores; as chuvas de Santa Catarina, Minas Gerais e Rio de Janeiro, no finalzinho do ano, fizeram estragos também; epidemias de dengue assustaram a população; os problemas financeiros mundiais enlouqueceram gente da alta e da baixa. Acha pouco? Se a gente revirar as páginas dos jornais, veremos que muita maldade aconteceu em 2008.

Não chore, 2009! Calma! Nem tudo nesse ano foi ruim! Tivemos as Olimpíadas, que demonstraram que os povos podem se unir quando se tem um fim comum (e ela aconteceu lá na China, heim?); a USP criou as primeiras células-tronco embrionárias do país, trazendo esperança a tantos que sofrem (já é um bom começo, pelo menos); Ingrid Betancourt foi libertada das Farq's e pôde rever família, amigos, seu país. Achou pouco também, né? Relaxe. Há muito que encontrar na vida de cada um, reservado, de bom ou de ruim, em 2008.

Então prepare-se! Você tem em suas mãos, 2009, uma meta extremamente difícil. Desde os primeiros minutos de seu nascimento, toda a população mundial se concentra em planejar um monte de coisas que devem fazer (ou deixar de fazer) para que você seja bem melhor que aquele que está atrás de você. Regimes, economias, gastos, reformas, planejamentos, decisões, e tudo mais que possa envolver uma pessoa: tudo isso está em jogo desde que você surgiu, na última quinta-feira. Te vimos nascer, e vamos te ver crescer e morrer. E mais um ciclo se completará, revelando a liberdade de cada curso e de cada caminho. Seja muito bem-vindo.

PS.: Saramago disse: "não é todos os dias que aparece nas nossas vidas um elefante" (A viagem do elefante, pg 63). Tô pensando nisso até agora.