domingo, 17 de maio de 2009

Estava lendo algumas crônicas do Prata (o pai) e uns contos da Rosa Montero nestes dias. Resolvi escrever. Lá vai:

Antes de pegarmos no sono, conversamos um pouco, algumas bobagens. Me lembro dele falando a gente descansa um pouquinho, depois a gente vê o que acontece. Mas dormimos. Aquela noite fria (a mais fria até agora neste outono paulistano) estava muito convidativa para isso, e o calor dos cobertores e do corpo nu dele, perfeitamente encaixado ao meu, embalaram nosso repouso.

Aquele dia havia começado igual que muitos outros: trabalho, estudos, correria, trânsito, mas resolvemos parar um pouco para respirar e relaxar. Quer que te faça uma sopa?, perguntei no meio da tarde, pedindo que ele comprasse mandioquinha, cenoura e queijo roquefort. Mas ele disse que preferia comer algo pronto e ir ao cinema, e assim fizemos. Me arrumei e fomos ao shopping. Essa praticidade de encontrar comida e lazer no mesmo lugar é a cara de São Paulo, ainda mais numa noite tão gelada - só faltava uma livraria com um café.

Escolhemos o filme primeiro - a estreia de uma adaptação cinematográfica de um livro - e depois jantamos, conversando, ao mesmo tempo, a respeito de tantas coisas que parecíamos dois desconhecidos, de tanto assunto novo. Interessante como a cumplicidade nem sempre tras o esgotamento. Mesmo há 5 anos juntos, parecemos inesgotáveis no quesito papo (furado ou não). O filme começa, sala cheia, bom filme. Ótimas são, também, as carícias que trocamos no escurinho, como se fôssemos novatos na arte de namorar e investigar o corpo de quem está conosco.

Enfim, em casa. Silêncio da vizinhança interrompida com nossa chegada. Lá fora, o frio e a quietude. Lá dentro, muito, mas muito aconchego. Começamos com calma, reconhecendo os contornos dos corpos, sentindo os cheiros familiares e tão prazeirosos, explorando com mãos, pés, bocas, olhares, tudo o que nos envolve: nós mesmos. A voz dele ainda me arrepia; minhas mãos, ao acariciá-lo, ainda são penetrantes - sinto que posso tocar sua alma. E o olhar que trocamos... numa cumplicidade inesgotável... E então ele puxa meus cabelos e já não cabemos mais naquele quarto.

6 comentários:

Pequena disse...

UAU!!

Priscila Ferreira disse...

Mário Prata é realmente fantástico!!

Adoroooo

disse...

Como assim vc entra no meu blog para falar bem de outro escritor? Mesmo que eu o tenha mencionado?

kkkkkkkkkkkk

Priscila Ferreira disse...

Se quiser que eu excreva a respeito do texto é só dizer que eu começo agora...hahahahaha

disse...

Ué... mas é do texto mesmo que tô falando... só porque é ficção, pura invenção minha, não pode parecer real, como as crônicas do Prata?
Ah, e vê se não escreve as coisas com sono, viu? Tenho medo de vc com sono...kkkkkkkkkkkk
Mas te amo mesmo assim.

Priscila Ferreira disse...

Caralho! Eu quis dizer que o Mário Prata é mesmo fantástico, pq ele inspira as pessoas. Mas prefiro seus textos, principalmente esses que vc inventa, vc tem uma imaginação muito fértil, vc deveria trabalhar como a Xerazade das mil e uma noites, conta histórias como ninguém.

Hehehehehe
Não me provoca!