segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ciclos

São vários durante nossa vida.
Acaba um, começa o outro.
Mudar de casa, de emprego, de cabelo...

Saber que o que já passou
foi para meu bem
e que, daqui em diante,
novidade.

domingo, 11 de outubro de 2009

Remédio amargo

Escreveram, aqui, que eu não dê vazão àquilo que não existe.
Mas eu ainda sonho com você.
Acordada. Dormindo.
Bom ou ruim, é verdade.
Por mais que eu tente, não consigo, ainda, negar.

Talvez negar não seja a melhor atitude.
O melhor talvez fosse abrir de vez minha cabeça
e arrancar, do meu cérebro, a parte em que você
se instalou.
Ou fazer você sair dali no tapa.

Por que ainda fico olhando pro espelho e
repetindo: "esquece, ele não gosta de você,
ele não te quer, ele não liga pra você..."?

O pior é que eu já vivi tudo isso antes.
E por que eu ainda não me acostumei
com a ideia de que as pessoas têm
opinião diferente da minha?

Típico de pessoas que sonham demais,
como eu.

Eu sei que estou com a doença
e que tenho o remédio nas mãos.
Mas já sentiu o gosto da Novalgina?

Pois é.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Sim/Não

Estas duas palavrinhas monossilábicas são poderosíssimas. Nem combinam com o tamanho que têm. Elas determinam nosso presente e, sem dúvida, nosso futuro. Expomos nossos desejos momentâneos ("Quer um doce?"), nossos sentimentos ("Você está bem?"), nossos afazeres ("Está ocupado?") e até planos ("Gostou desse apartamento?").

Nós as ouvimos um milhão de vezes até o dia de hoje e com certeza as ouviremos muito mais. Para os infantes, a negativa é tantas vezes dita que chega a tornar-se a afirmativa, ao ponto de analistas informarem que, se quiser realmente que a criança não faça tal coisa, não utilize a palavra "não" na construção da frase. O "não" se transforma em barreira, em bloqueio, impedindo o entendimento do pimpolho.

Negamos e aceitamos muitas coisas diariamente. Estava pensando o que seria mais fácil fazer. Quando se espera muito por algo, e percebe-se que é quase impossível, a negação dentro do pensamento é torturante. Em contrapartida, aceitar a morte é cada vez mais complexo. Até o fato de não beber muito café, não comer batata frita ou aceitar o convite para sair de alguém é motivo de trauma, para alguns, ou alegria para outros.

Confesso ter dificuldades em decidir as coisas (algumas coisas). Sempre penso muito antes de quaisquer decisões. Inclusive escrever este texto.