sexta-feira, 26 de junho de 2009

Tomara que só no tempo climático seja inverno, não em nossas vidas. Que aprendamos a ver o sol que está por detrás das nuvens. Ele pode não aparecer direito, mas está lá.

(meu presente de início de treinamento: a visão do arco-iris)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ele seria só mais uma pessoa numa multidão, há um tempo atrás. Seu olhar não me buscaria, suas mãos não percorreriam meu corpo e eu não sentiria falta do seu sorriso. A vida, assim como a feira do domingo ou a entrega do Oscar, continuaria sem infortúneos. Ele, com sua garra, experiência e timidez, de um lado, e eu com minha maluquice e meus encantos, do outro. Seu pequeno sofá não estaria tão repleto em noites frias e nem suas grandes meias esquentariam meus pés. Não haveria histórias para contar no café da manhã, nem filmes ou livros para compartilhar.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O som da chuva

Sempre gostei da chuva.
Na verdade, sempre gostei do som dela e da sensação de paz que sintia quando eu ia dormir.
Mas devo confessar que, se essa sensação e esse som puderem vir acompanhados de uns braços bem aconchegantes, ah, eu durmo bem melhor.

(Dé, obrigada de novo: http://www.flickr.com/photos/tchola/2879908766/)
(precisamos marcar as fotos, heim? :))

sábado, 6 de junho de 2009

Ontem li um outro conto da Rosa Montero e eu preciso comentá-lo. Está registrado em seu livro "Amantes y enemigos", da Punto de Lectura, e chama-se "Parece tan dulce". Numa festa, o narrador diz que todos que estão ali são seus inimigos, mas que ela é a pior. E ele a conhece bem pois é casado com ela. No decorrer, ele conta como era o começo do casamento, como eles eram cúmplices e como ela, num dia em que percebeu que não havia a história de princesa e príncipe, acordou achando que estava com o sapo em sua cama, e o brilho no olhar sumiu. Mas mesmo assim continuaram casados. A pergunta central: por quê?
Talvez porque depois que se entende isso, a cumplicidade que se pode criar é, talvez, para a vida inteira. Porque parece mais realidade. Ele conta que, num certo momento da festa, o céu se fecha e se forma uma grande tempestade, e ela tem horror a trovões. Vou traduzir o parágrafo em que ele descreve essa cena:

"Esse barulhão que acabamos de ouvir de algo que se rompe definitivamente não foi meu coração, contra todo prognóstico, mas acho que foi um trovão. Sim, ouvi outro trovão, e através das janelas se vê um céu tão negro quanto o futuro. Ela tem medo dos temporais. Um medo até infantil que faz parte da sua cota de rã, de imperfeita. Olhem para ela: já está nervosa. Já está olhando em volta das janelas, dançando o peso do corpo de um pé a outro, mudando o copo de mão. Está procurando por alguém com os olhos. Por mim. Não quero ser pretencioso, mas parece que me procura. Sim, já me viu. Me olha. Sorrí. É um sorriso que ninguém vê: um risco muito pequeno por debaixo dos lábios. Só eu sei que ela está sorrindo. Só eu conheço esse sorriso. E eu digo: 'não se preocupe, você sabe que nas cidades sempre há bons pára-raios'. Não digo isso com a boca, mas ela entende da mesma maneira, do outro lado da sala, o que eu disse. Isto é o que nos aproxima mais da eternidade e do amor".

Fantástica essa última frase. Aliás, o conto todo o é. O final: a festa segue, ela se acalma, e a vida também segue, com as suas incógnitas perpetuadas.

Acho que vou traduzir o conto inteiro e postá-lo. :)

terça-feira, 2 de junho de 2009

Quer se aquecer?
Fique perto do meu coração.