sábado, 24 de janeiro de 2009

Amigos

A parte de mim mais festiva

O gosto por coisas parecidas

A saudade que faz atravessar cidades

A paciência que acalanta

O não providencial

O lúdico, o sério, o novo

A razão e a emoção de mãos e pés dados

A realidade. A fortaleza. A realeza.

O refúgio.


Obrigada por todos vocês existirem.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Foi o Drummond quem escreveu...


... e nem sei quando foi (não consegui achar a referência), mas expressa direitinho muitos sentimentos nossos bem atuais. Li hoje no Flickr de um amigo e achei bárbaro (no sentido atual da palavra...rsrsrsr). Não gosto muito de publicar textos "alheios" (deveria talvez criar o meu próprio sentido de Definido), mas vou me apropriar do texto do Drudru...rsrsrsrs
"Definitivo
Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional..."
Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009


Já comecei a escrever umas quatro vezes hoje. Apaguei todas elas. Nada ficou bom. Mas o desenho é perfeito, e ilustra bem meu sentimento hoje.
Acho que ele tá falando melhor que eu. Fico quieta. Por enquanto.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009



Quando falo com você, consigo ouvir meu coração.

Quando vejo você (mesmo que em sonhos), minha alma fica transparente.

Quando me lembro de você, o ar falta, o sorriso brota fácil, a pele se arrepia.

Mas, no aconchego do teu abraço, agora eu não tenho espaço.
... e minha vida segue
... e a sua vida segue
... e estamos felizes, e estamos sozinhos, e estamos acompanhados
... e o que te parece bastar hoje, é vago, é pouco
... e minha certeza de outrora é dilema de hoje
E eu canto: "Sabe/já faz tempo que eu queria te falar/das coisas que trago no peito/Saudade/já não sei se a palavra certa para usar/ainda lembro do seu jeito/Não te trago ouro, porque ele não entra no céu/e nenhuma riqueza deste mundo/Não te trago flores, porque elas secam e caem ao chão/Te trago meus versos, simples, mas que fiz de coração".
E eu sigo. E eu vivo. Feliz. Não sei como. Mas feliz.
Porque o mundo dá voltas, porque as oportunidades aparecem,
porque o sol brilha, porque eu falo, porque eu ouço,
porque eu vejo, porque eu me lembro.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Às vezes parece
que a vida nos pega peça
Quem diria que hoje
eu estaria assim?
Mudei muito
Mudei muito?
Ou me permiti ser eu mesma?

Já tive medo de amar
já tive pavor da solidão
Já amei o errado e o certo
já me dediquei e me desiludi
Fiz pouco
Fiz pouco?
Ou o meu muito não era o bastante?

Precisei de alguém para ser feliz
precisei de outro para entender
que ninguém pode fazer isso
simplesmente
porque o vazio da alma
só Um pode preencher
O resto é consequencia
Consequencia?
Ou o fruto daquilo que plantei?

Ainda te amo
ainda sonho contigo
e na peça que a vida montou
o final já foi encenado
O sino do coração
bateu na hora errada
mas rendeu canções
na hora certa.

(By Fê)
(acho que nunca mais escrevo poesia na vida..akkakkaka)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Bem-vindo, 2009!

É, 2009, parece até que você chegou adiantado, de tão rápido que passou seu predecessor. E não pense que vou fazer alusão àquilo que o Governo do Estado fez (como numa propaganda que eles fizeram que é, em minha opinião, hilariante). Não. Na verdade, vim aqui para te avisar de algumas coisas que andam por aí, já que você é muito jovem ainda e tem, se não me equivoco, 360 dias pela frente até que demos as boas-vindas a 2010.

Mas antes de pensar exatamente em você, deixe-me rememorar algumas coisas que aconteceram em 2008 que certamente farão diferença. Nosso Presidente da República continua sendo o companheiro Lula, só que agora ele tem um status nacional e mundial talvez jamais visto antes (próximo à JK? será?). Barack Obama venceu as eleições nos EUA, e venceu também o preconceito e a falta de expectativas de seu povo. E o Bush, veja só, quase levou uma sapatada na cabeça nos últimos dias de seu mandato (e detalhe: a marca da botina que voou ficou tão famosa que a família do iraquiano que a criou já se beneficia com os lucros). O Fidel, após tantos anos, já não comanda mais Cuba (se bem que agora é o irmão dele quem está no poder... já viu...), e o Evo parece que quer comandar a Bolívia eternamente.

Coisas ruins? Várias! Eis algumas: uns tais Nardoni mataram a própria filha; um tipinho de Santo André (nada contra a cidade) acha que tem poder sobre uma jovem e a mata (pobre Eloah); um grave terremoto em Sichuan, na China, devastou horrores; as chuvas de Santa Catarina, Minas Gerais e Rio de Janeiro, no finalzinho do ano, fizeram estragos também; epidemias de dengue assustaram a população; os problemas financeiros mundiais enlouqueceram gente da alta e da baixa. Acha pouco? Se a gente revirar as páginas dos jornais, veremos que muita maldade aconteceu em 2008.

Não chore, 2009! Calma! Nem tudo nesse ano foi ruim! Tivemos as Olimpíadas, que demonstraram que os povos podem se unir quando se tem um fim comum (e ela aconteceu lá na China, heim?); a USP criou as primeiras células-tronco embrionárias do país, trazendo esperança a tantos que sofrem (já é um bom começo, pelo menos); Ingrid Betancourt foi libertada das Farq's e pôde rever família, amigos, seu país. Achou pouco também, né? Relaxe. Há muito que encontrar na vida de cada um, reservado, de bom ou de ruim, em 2008.

Então prepare-se! Você tem em suas mãos, 2009, uma meta extremamente difícil. Desde os primeiros minutos de seu nascimento, toda a população mundial se concentra em planejar um monte de coisas que devem fazer (ou deixar de fazer) para que você seja bem melhor que aquele que está atrás de você. Regimes, economias, gastos, reformas, planejamentos, decisões, e tudo mais que possa envolver uma pessoa: tudo isso está em jogo desde que você surgiu, na última quinta-feira. Te vimos nascer, e vamos te ver crescer e morrer. E mais um ciclo se completará, revelando a liberdade de cada curso e de cada caminho. Seja muito bem-vindo.

PS.: Saramago disse: "não é todos os dias que aparece nas nossas vidas um elefante" (A viagem do elefante, pg 63). Tô pensando nisso até agora.