domingo, 7 de dezembro de 2008

Um discurso. Um desabafo. Uma satisfação.



"Sr Presidente da mesa, demais componentes, professores queridos, formandos, amigos, convidados: meus cumprimentos. Como nomear todo sentimento que nos invade neste dia? Um misto de muita alegria e de um saudosismo sincero por ter tanto e não ter nada. Temos uma formação, temos um diploma, temos a realização de um sonho (que pode ser nosso ou de nossos pais), temos a capacitação para um mercado de trabalho que é, por vezes, engenhoso e cheio de artimanhas. Temos cada instante vivido, cada lágrima compartilhada, cada riso que ecoa nos corredores de nossos corações. Temos dúvidas (faço o bacharel ou a pós? faço a pós ou o mestrado? faço outra faculdade ou vou mesmo dar aula?). Temos certezas: jamais seremos os mesmos. Temos planos. Temos força, juventude, alegria e garra para lutar e vencer.

Porém, desde que os TGI’s foram apresentados, cada um em sua banca e em seus medos, já não temos mais a companhia diária de pessoas que nos fizeram crescer, que ouviram nosso lamento mais angustiado ou a nossa vibração mais escandalosa. É claro que as lembranças permanecem e que, para alguns, a distância não será nem um pouco percebida. Mas é estranho. Hoje descobrimos que era tão bom fazer parte de uma turma, de um grupo que tinha uma imensa identificação (apesar de tudo), que começamos a pensar que nosso verdadeiro diploma está nos laços criados, nas experiências vividas, nas novidades repartidas e nas descobertas tão sofridas.

Nossa turma passou por todas as transformações possíveis e imaginárias. Fomos os primeiros em tudo aqui no Mackenzie. A primeira turma de Letras a ter um aluno (ou aluna) chamado/a Melody Brasil (mesmo sabendo que outra Brasil da sala não era sua irmã/irmão). A mudança na grade curricular foi estabelecida em nossa turma. Passamos por duas mudanças de coordenação (no começo e no fim do curso) e de Centro (do CCH para o CCL). Às vezes não sabíamos se estaríamos numa sala no prédio 12 ou se já iríamos para o prédio da Piauí (o que nunca aconteceu), e todos, mochilas nas mãos, caminhávamos meio sem rumo pelo campus, até que alguém nos encontrava e dizia: “ei, volte, é lá no 12”. Professores saíram, professores chegaram, outros da Comunicação entraram no mundo das Letras. Horas de estágio e de atividades complementares aumentaram. Horas de aula de literatura e de língua foram substituídas pelas de licenciatura (quem pode com 04 horas semanais de Políticas Educacionais?). Somos a primeira turma de Letras a não ter um Paraninfo próprio (Ronaldinho, nós tentamos, você sabe...). Perdemos uma “mascote” (Ju e Ceci, amamos vcs!) e ganhamos outra: a linda Iara, com seus olhos doces. Amigos saíram durante o curso (Luciana, Esequiel, Marcão, André – aquele de óculos que era amigo da Paty Sam –, Danai, Graziela, Gé Higino, etc); outros não podem estar aqui hoje, mas que completarão a carreira no próximo semestre (Alê Sumadossi, André Descrovi, Aline Araújo, Marina, Amadeu, Daniele Zaratin e Daniela Otsuka, etc). Mas uma coisa é certa: levaremos o melhor de cada um de nós conosco, o melhor de tudo o que vivemos aqui para nossa descendência, e recordaremos, um dia, que a turma de janeiro de 2006 foi a melhor turma de Letras que o Mackenzie já teve".

3 comentários:

Priscila Ferreira disse...

Karaiiiii!!!
Me fez rir e chorar!!!
Ainda bem que pelo menos você estará comigo ano que vem,para amenizar a saudade e a falta que eu vou sentir dessa loucura toda!!!
Amooo

Unknown disse...

Tenho pânico de encerrar ciclos. A saudade antecipada me invade de forma incontrolável. Te amo.

Pequena disse...

Mais uma vez me faz chorar...

A saudade de vcs já machuca...prometem q não vão esquecer de mim??
Eu prometo q vou visitá-las sempre q der!

AMO!!!