sábado, 13 de dezembro de 2008

"Aprende-se quando não se tem o que se quer"

Quinta-feira à tarde fui à casa de uma grande amiga para estudar com ela. Iríamos treinar para a apresentação do TGI, que seria sexta de manhã. No caminho, dentro do ônibus, uma mulher lia e destacava esta frase num livro, e eu, em pé, próximo a ela, não pude deixar de ler e de meditar a respeito. Uns meses atrás, se alguém me dissesse que eu tiraria um 9 no meu TGI eu diria que não sobreviveria. Queria 10, com louvor, com publicação e indicação para o mestrado. Não é ruim querer isso, aliás, aspirar o melhor é o mínimo que devemos fazer. Mas me frustrar por não conseguir é algo que, definitivamente, não está mais em mim.

Treinamos até meia-noite, e as duas, super nervosas, não sabiam direito o que fazer. Na sexta pegamos trânsito, chegamos atrasadas, mas tudo deu certo. Minha amiga tirou 9,5, uma outra amiga 9 e eu idem. Nossas apresentações foram tão boas, mas tão boas, que ninguém diria que, uma noite antes, as três estavam em pânico diante do ppt. Parecia que havíamos decorado todo o texto... Fiquei tão feliz! Minhas professoras que estavam na banca foram tão generosas comigo, compartilhando seus conhecimentos, que me alegrei por poder debater minhas idéias com outros colegas. Afinal, agora eu também sou uma professora. Aliás, agora tenho um diploma de professora, porque já o sou há muito tempo. Dentro do meu coração.

Esse foi o 9 mais querido de minha vida. Um 9 que, para mim, tem gosto de 11. Fiz o trabalho todo praticamente sozinha, porque minha primeira orientadora teve que deixar de me orientar, e o segundo, que a substituiu, só conseguiu ler meu trabalho uma vez e, além disso, é professor da Filosofia, e não da Letras. Além disso, tinha uma casa, um trabalho, várias outras atividades e 13 matérias na faculdade, além de estágios, PIPE e atividades complementares. Fundamentalmente, a carga de conhecimento que eu adquiri com as leituras e com a prática da escrita acadêmica foi singular. Me sinto tão ou mais vitoriosa que outros colegas meus, que tiraram 10 mas que não têm metade do que eu tinha a fazer.

Fica a certeza de que este foi somente o primeiro. Não vou parar de estudar, de ler, de escrever, de ensinar. De viver. Este 9 me motiva a continuar tentando, e me esforçando cada vez mais. Afinal, eu conheço meus limites. Mas também reconheço que sou muito capaz.

3 comentários:

Pequena disse...

Acho q mereciamos um 11!!!

Unknown disse...

O mais importante não foi a nota que nos deram.No papel, nem no ppt não estão as lutas de três anos, os conflitos, os questionamentos, as dúvidas, as inseguranças, as lutas, as lágrimas, as mortes, as discussões, os términos, as faltas...lá está apenas o que querem ouvir, e merecemos 1000, não por esse trabalho, mas porque apesar de tudo isso que passamos nos superamos e chegamos até o final, enquanto muitos desistiram no meio do caminho.
E ainda não acabou!!
Reticências eternas...........
rs

Amo

Unknown disse...

Você é uma vitória, Fê. Plena, em tudo que se propõe a fazer. Prá mim, vc é um espelho. Senti o gosto do onze quando te vi apresentando. Parabéns!