quarta-feira, 17 de dezembro de 2008


(André, obrigada mais uma vez por tão linda foto!).
Segunda-feira fui abordada por uma criança como esta. Mas eu estava dentro do ônibus. Estava sentada e ela entrou com sua mãe e se sentou ao meu lado. Eu, ouvindo meu celular que toca música, olhava distraída para a avenida, quando senti um dedinho me chamando, apertando meu braço gentilmente. "Oi", eu disse, e prontamente ela me respondeu, com um sorriso ingênuo, mas repleto de sinceridade, como se nosso papo fosse algo extremamente importante (afinal, ELA estava ao meu lado,,, como assim eu não a notei?!). Conversei com ela por, no máximo, 3 minutos (foi o tempo dela se sentar, no ponto da Consolação com a Paulista, e descer no próximo, que era o do Hospital das Clínicas). Assim, soube seu nome (Amanda), sua idade (4 anos, mas que logo logo faria 5 e, por isso, era tão grande) e que as aulas na creche já haviam acabado. Eu disse "tchau", ela respondeu; mandei um beijo, ela mandou outro. E desceu com sua mãe.
Aí pensei que, às vezes, nós precisamos somente de uma conversa, de um papo jogado fora, nada de coisas técnicas ou de teoremas. Algo simples. O sorriso daquela menina foi tão perfeito que fiquei pensando enquanto trabalhava: quantas vezes eu neguei um sorriso, quantas vezes as lágrimas venceram, e eu só precisaria me "sentar e conversar, depois andar de encontro ao vento..." para que esse mal temporário fosse saindo do meu coração para dar lugar ao que de belo há na vida!
Na terça, outra situação me chamou a atenção. Estava eu no ponto de ônibus, quando um casal de idosos se aproxima com bastante dificuldade. Ela se senta. O motivo: o sapato dela havia escapulido de seus pés, e ele, mesmo com as limitações de seu corpo, se abaixa para acabar de colocar o sapato nela. Ele demorou um pouco, mas conseguiu. E eles conversaram um tempo, até que o ônibus deles apareceu.
Três gerações diferentes. Dois dias e dois momentos únicos. Uma certeza: os momentos mais felizes que vivemos talvez sejam aqueles mais simples, nos quais uma simples rosa pode representar um imenso jardim, ou um olhar de gratidão represente muito mais que discursos politizados e sem conteúdo.

2 comentários:

Priscila Ferreira disse...

E às vezes são de gestos simples apenas que precisamos, as grandes amizades são feitas apenas de sentar na praça de alimentação da faculdade e ficarmos lá falando horas sobre qualquer besteiras e fazendo enquetes absurdas, é claro que a gente sempre quer grandes declarações de amor, mas o que nos deixa feliz mesmo é andar de mãos dadas pelas calçadas da paulista ou numa praia qualquer, é um carinho no rosto comendo um lanche do Mac,são sorrisos cúmplices no meio de uma livraria ou da loja de CD. A gente quer uma louca noite de amor, mas agente quer dormir de conchinha e acordar com ele contemplando nosso rosto e nos dizendo como somos lindas mesmo ao acordar.
A Simplicidade sempre enriquece.
Uma vez ouvi a frase de um lobo mau assim: "Não precisa muito pra me fazer feliz, mas fazer nada também é sacanagem!!!"kkkkk

Amoooo

Andre Descrovi disse...

A simplicidade é divina.