quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O poeta é um fingidor


Ela sabe que vai ser hoje. Banho, creme, perfume. Roupa transparente, mostrando seu corpo. Pequenos adereços. Pequenos detalhes. Grandes provocações.
Ele nem tem idéia do que vai acontecer. Interfone, elevador, porta do apê. Seu olhar para ela é de uma curiosa surpresa (oi! tudo bem?). "Vai pro quarto, tira a roupa e deita na cama", ela diz. E, numa obediência de criança, ele se rende.
Música envolvente, quarto a meia luz, uma cadeira. Ele, distraído, coloca suas roupas sobre a cadeira. "Não, não coloque a roupa aqui... eu é que vou me sentar nela!". Ela se senta, o ritmo da música leva o corpo a movimentos calmos, calculados, provocantes, insinuantes. Gestos, olhares, mãos, pés. Ele já não tem controle de suas emoções. Já têm cumplicidade suficiente para se levarem nesse jogo. Já têm maturidade para brincar. Já não há mais adereços e, na nudez do corpo, o vermelho de uma calda de cerejas escorre por entre as mãos e a boca de um sedento, que se sacia e que faz transbordar o desejo contido.

6 comentários:

Pequena disse...

SQ!!!!!

Anônimo disse...

Ola Fê

Permita-me adentrar a esse mundo, imenso e ao mesmo tempo desafiador que só um blog pode expressar...

Permita-me encontrar nesse pequeno espaço, espaço suficiente para desvendar ou entender emoções, emoções estas que outrora estavam escondidas, afinal quando é que pode ser expressa coisas tão intimas assim? Ou quantas pessoas entenderiam tais coisas?

Percebo que as companhias fazem com certeza a pessoa, ou as pessoas num tremendo paradoxo com suas companhia fazem o lugar...
Vocês têm tudo em comum:
Um teclado, uma tela a frente, uma imaginação, um sentimento, no fim a mesma intenção: escrever.

Parabéns pelo texto, sinto uma certa semelhança na escrita.

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Ela, ele, um desejo, uma vontade...será que foi? Será que vai ser? Respondo:
Não sei me responda você.

Musica envolvente, meia luz, movimentos calmos, um olhar que seduz...
Um plano calculado nos mínimos detalhes, assim como foi um dia no colegial (afinal, letras e matemática não se dão).

Uma cereja, um pensamento...

Parabéns...

O que seria da vida, sem suas situações envolventes e provocantes?

Pense nisso...

Até o próximo post.

Priscila Ferreira disse...

Fê!!! O anônimo invadiu geral...precisamos juntar esforços pra descobrir quem ele é. Será que ele já se envolveu em situações envolventes e provocantes como essa? Será que ele gosta de cereja?
Acho que temos vivido momentos semelhantes mesmo, Fê, nisso ele acertou, no estilo da escrita, não sei, vc escreve muito melhor que eu, mas imaginação e boas intenções estamos cheias...hahahaha

Bjo
Ah! Ainda fico com Açaí...kkkkk,tá...pode ser açaí com cereja...hahahaha

Amo vc

disse...

Anônimo! Fico feliz em vê-lo por aqui... sinta-se à vontade para postar, me alegra saber que mais algum louco lê as besteiras que eu escrevo,,,rsrsrsrs Mas vc fez uma pergunta: será que aconteceu? O título diz que o poeta é um fingidor, então pode ser que simplesmente aconteceu na mente de quem escreveu... pode ser que aconteceu de verdade... pode ser muita coisa, aliás... :) Aí cabe ao leitor decidir acreditar ou não na história contada, vivenciá-la, experimentá-la..... rsrsr

Pri, fomos descobertas,,akakakakak

Obrigada por tudo, sempre.

Anônimo disse...

Ola Fê

Após sua pergunta sobre o blog resolvi criá-lo...

Segue:

http://desvariointrinseco.blogspot.com/

Será um prazer recebê-la

Até o próximo post.

Unknown disse...

texto fantástico. Transforma a situação numa fotografia, bem romântica.